terça-feira, 19 de maio de 2015

14. Eu sou macho, eu gosto é de mulher!! Sério??

 



Muitos homens cis hetero adoram bater no peito e estufá-lo e  dizer que o negócio deles é mulher, e ai do engraçadinho que fizer alguma piada insinuando outras coisas! Falar é muito fácil, discurso sempre foi muito bonitinho, mas e na hora mesmo de tratar uma mulher como ela merece, cadê hein fofo?! 

Sinceramente o que eu mais vejo são homens que gostam de objetificar as mulheres, as tratam como se fosse um troféu ou um pedaço de carne, têm enorme dificuldade em demonstrar sentimentos e parecem preferir dominá-las para se auto-afirmar como machos.  Quero adverti-los que as mulheres de hoje não precisam ficar dependendo de homens para viver, para se sustentar, pois elas trabalham, e não precisam se frustrar e achar que não tem mais função por causa disso. Digo isso porque parece que muito homem se incomoda quando vê uma mulher que não precisa deles, que não aceita ficar como passiva ou em sus dependência. Bom, acho que a luta do feminismo deveria valer para nós termos os  mesmos direitos que vocês tem, de trabalhar fora, ganhar nas mesmas proporções, atuar em áreas que antes não atuávamos e sim, na área da conquista não poderia se diferente. Eu sou totalmente a favor da mulher que toma iniciativa, pois sou uma delas e defensora fidagal desse tipo de atitude! Ao meu ver, o  homem que gosta verdadeiramente de mulher aceita essas mudanças sem se sentir afetado por elas; o homem que gosta de uma mulher preza pela segurança dela, cuida dela, não a domina, não a submete a`s suas vontades sexuais exclusivas e entende que quando ela não esta afim de sexo, deve respeitá-la. O homem que gosta de mulher, entende que quando uma mulher sofre estupro, ela não  tem que ser acusada de provocar tal situação e tem direito a denunciar quem o faz. Ele entende que ela tem direito de ir e vir, se vestir como ela melhor desejar, sem  medo de ser tachada de vadia, de beijar quem   e quantos (as) ela quiser, sem ser  chamada  de vagabunda. Precisa entender que ela não tem obrigação de se guardar para um  homem que já dormiu com varias e se vangloria disso, só para ser considerada “uma mulher de respeito, pra casar”, precisa entender que toda mulher tem sua opinião própria sobre as coisas, tem direito a ser uma pessoa critica, e não um ser que vive apenas para seduzir homens.  Precisa entender que casa uma tem sua beleza e que ela não é de forma alguma obrigada a seguir um padrão idiota pré-determinado pela mídia para ser considerada top model, com direito a carteirinha de miss beleza e direito a vários pretendentes no pé, e finalmente entenda que, se não queremos ficar com vocês para ter uma mulher ao nosso lado, não significa que fomos “mal comidas”,  significa apenas que gostamos também de mulheres e nos sentimos bem com outra fêmea,  porque faz parte da nossa sexualidade lésbica ou bissexual, e que se formos ficar com um homem, definitivamente não será por obrigação, mas sim porque verdadeiramente o desejamos!! Então o que eu sugiro aos homens é, não procurem  mulheres perfeitas, procurem mulheres reais e valorizem-nas por quem elas são, aí sim vocês estarão fazendo valer essa frase de que tanto se gabam.     
 








13. "Você só beija mulheres por diversão" como seria isso?




 

Varias garotas bissexuais escutam essa afirmação escrota, e pior, algumas adolescentes afirmam que tem esse tipo de atitude. Mas o que seria beijar alguém por diversão?  Beijar por beijar, sem o mínimo de sentimento?  Mas em algum momento da vida todos nós fazemos isso, então por que quando se trata de uma bissexual tem que fazer parecer algo superficial?
   A meu ver, existem duas vertentes, a de quem afirma fazê-lo e quem afirma por uma segunda pessoa. As meninas que dizem beijar por diversão provavelmente não aceitam a possibilidade de realmente gostsr de mulher e como estão em fase de descobertas e sem qualquer obrigação de compromisso, se escondem atrás dessa afirmativa. As pessoas de fora que afirmam levianamente que a mulher só beija outra para  aparecer, para seduzir homens, por falta de opções ou por diversão é porque duvidam que essa mesma mulher possa  desenvolver sentimentos afetivos e  que no máximo só tem vontades físicas, principalmente se ela estiver em uma relação estável com um homem. Tudo conspira para que se coloque a mulher bissexual como alguém que não leva a relação com outra mulher a sério, e essas afirmações vêm principalmente das lésbicas  e são extremamente machistas e escondem uma suposta obrigação de que ela continue vivendo em busca do “homem ideal”, onde outra mulher seria somente um fetiche ou um fantoche de sua suposta falta de opções ou para agradar um parceiro.  Mas essas pessoas se esquecem que sim, é possível uma mulher ter sentimentos por outra, mesmo se nunca os havia experimentado;  sim, é possível que ela em  determinado momento beije QUALQUER pessoa  por “diversão”, mas simplesmente por uma  escolha pessoal, por não querer relacionamento sério em uma fase que ela queira viver mais para si, mas não descarta pequenas ficadas, é um direito dela, ou por simplesmente não conseguir conhecer alguém que desperte algo mais forte dentro  dela, mas não pra brincar com os sentimentos de ninguém, é isso que precisa ser compreendido.  Quantas lésbicas não ficam casualmente com mulheres por não querem envolvimento afetivo ou só querem sexo? Por que só as bi tem que ser julgadas por isso? Resposta, puro preconceito, e isso se chama bifobia. E sempre atribuem essas ficadas casuais diretamente ao fato de ela ser bi. Eu por exemplo ó fico se tiver vontade, mesmo que não haja intenção de relacionamento. Ninguém beija todos que encontra já planejando namoro, é isso que precisa ficar claro. Então a ideia nesse post é, que vocês parem de julgar as  bissexuais e deixem elas em paz, beijando quem elas bem entenderem, sendo homem ou mulher!   

domingo, 10 de maio de 2015

12. Gouinage: o que significa?



Gouinage basicamente se refere ao sexo sem penetração obrigatória. O termo vem da palavra gouine, que significa lésbica, sapatão em francês, seria o mesmo que dyke em inglês. Então gouinage é uma referencia ao sexo lésbico, pois na maior parte das vezes trabalha mais com o toque e exploração do corpo, partindo-se do pressuposto da não necessidade de penetração peniana.

Ah, mas dedos também são penetração, então não vale como gouinage?  Bom, depende do ponto de vista de cada uma. Tem mulheres que não gostam e nem gozam com dedadas, preferem mais carinhos e beijos mesmo, mas às vezes para agradar a parceira até aceitam fazer certas concessões.

Gouinage está se tornando uma mania no meio gay?  Não sei, pergunta pra eles, kkk! Brinks! Então, não sei dizer se virou “mania”, mas muitos rapazes estão se tornando adeptos ou se descobrindo gouines e não vejo problema algum nisso.  há gays que não curtem penetrar ou ser penetrados, apenas isso.Para alguns gays a vantagem é que não trem aquele rótulo do ativo e do passivo já pré designado, ambos são responsáveis pelo prazer do outro, soa mais como troca mesmo.  

Ah, mas sexo sem penetração não é sexo! Meu, quem te disse isso? Por acaso tem algum manual escrito essa regra (machista diga-se de passagem) que sexo “de verdade” só vale com penetração? Dica: se informe mais, querido!  Gouinage é uma modalidade da relação sexual. Enquanto para alguns não passa de preliminares infinitas, para outros e outras já é o sexo em si, só  que feito de uma maneira mais carinhosa ao meu ver, onde a penetração é algo opcional. Pode até rolar, mas não é nada obrigatório, nem protagoniza a transa. 

  Agora dando meu ponto de vista, adoro o corpo a corpo e pele na pele com uma mulher; só a ideia de estar deitada sobre o corpo nu dela, sentindo-a e beijando-a,  já me faz subir pelas paredes!   Confesso que não descarto a possibilidade de ter uma relação física com um homem nessa modalidade sem penetração. Alguns homens se consideram “homens lésbicos” justamente por não querer transar com uma mulher através da penetração, são menos homens por causa disso?  Não! Provavelmente sejam gouines. Tem um episódio da primeira temporada de The L Word que mostra Lisa, o homem “lésbico“ que namora Alice  em um cruzeiro se não me engano.
Enfim, eu acho que cada pessoa deve ser feliz com o parceiro ou parceira como se sente bem, desde que haja um consenso entre as partes.Deve-se entender que o prazer sexual e afetivo não consiste apenas na penetração e sim há formas amplas de proporcionar prazer apenas com toques (o que pode incluir a masturbação e sexo oral no/na parceiro /a), o  contato físico em si e até mesmo nas trocas de olhares. 

[Off topic] – A militância negra e feminista e seus exageros


 






Ok, aqui vos fala uma representante mulher cis, bissexual e negra. Não me considero uma militante assídua, mas manifesto meu ativismo do meu jeito, atualizando meus blogs sobre bissexualidade e mundo LGBT em geral.   
Quero falar um pouco sobre os exageros, abusos e muitas vezes injustiças cometidas pelo movimento negro-feminista e feminista em geral. Está havendo um equivoco e uma generalização radical e autoritária quanto ao que é racismo, sobre quem deve fazer parte dos movimentos ou não e atingem pessoas realmente bem intencionadas.  Em março deste ano houve um episodio na USP por parte da frente negra. Um determinado grupo interrompeu uma aula para falar sobre o racismo e aí se iniciou uma discussão, pois algumas pessoas discordavam apenas da FORMA como aquelas pessoas entraram na sala e houve troca de xingamentos. O movimento negro não tolera brancos que queiram usar acessórios próprios da cultura negra por alegar que os mesmo estão se apropriando da cultura de maneira equivocada e conveniente, trocando em miúdos, usam por usar e pouco se importam com a contribuição do negro para a cultura do país, majoritariamente constituído por negros, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.   Bem, eu vejo  a situação sob dois ângulos: o tipo de branco que quer aparecer as custas dos negros, mas vejo os brancos que verdadeiramente apoiam  e incentivam o movimento negro. Temos que tomar cuidado para não generalizar e ferir quem realmente quer ajudar e não atrapalhar.  Primeiro que não é possível que TODOS os brancos sejam potencialmente racistas, e os que por ventura tiverem alguma atitude racista, que tentem desconstrui-la, se tiverem boa vontade. Aqueles que não se importam – a esses deem as costas,- pois não merecem a sua atenção, nem mesmo a tua ira!!  É como um homem cis hetero que não se preocupa em mudar suas atitudes machistas e não trabalha em conjunto e a favor da mulher.  Em tempo, no movimento feminista radical,- vulgarmente chamado de “radfem”, “feminazis” – também ocorrem abusos. As participantes do movimento ABOMINAM TERMINANTEMENTE qualquer participação ativa dos homens. Existe uma coisa chamada apoio ao movimento e protagonismo no movimento.  O protagonismo realmente compete a quem luta por ter seus direitos reconhecidos, mas isso não descarta a possibilidade de ter o apoio das pessoas que realmente querem desconstruir seus preconceitos. Não podemos continuar sendo agressivas com essas pessoas, embora eu como mulher e negra realmente entenda a necessidade desses extremos, mas confesso que me senti mal ao ouvir a menina dizer que “a USP é faculdade de branco, que só estamos lá pra limar o chão deles e servi-los” eu me recuso a me enxergar desta forma, até porque no cursinho que faço há negros e tenho amigos que estudam lá e passaram sem cotas. Mas é  uma forma meio brutal de se defender de uma opressão sofrida no passado, provocada pelo receio de sofrê-la novamente.  Funciona assim: “antes que me agrida, eu já tô devolvendo! E aqui tu não entra, se for para bagunçar meu espaço!”  é como uma lei de sobrevivência.  Vou até deixar o link de um vídeo do canal das bee que explica bem essa auto-defesa das feministas.  https://www.youtube.com/watch?v=HJQO5tNWn6c



 

 
Sabemos dos malefícios do racismo e como ele se instala nas mentes humanas, e pessoas com total falta de conhecimento ainda querem reduzir negros a pessoas selvagens, ignorantes e frequentemente nos comparam a animais, principalmente ao chamar negros de macacos, o que considero uma agressão gratuita e esta sim é altamente racista.  Por esse motivo eu sou contra certos métodos de tentativas de impor uma conversa de forma invasiva sobre racismo, pois certas atitudes acabam por reforçar esses estereótipos negativos.   Não é falando alto, chamando a todos de racista, mandando calar a boca no momento errado que vamos combater de vez o racismo e sim propagá-lo mais ainda, dando motivos e munição para que o opressor justifique seu racismo.  Há outras formas saudáveis de promover essas conversas e continuar com a luta das quais eu sou a favor, o que não concordo é com os métodos.  Também não sou contra as cotas  para quem sente necessidade em se utilizar delas, mas também  não recrimino negros que passaram em universidades federais sem elas.  E voltando ao feminismo,  acho que os homens tem direito de apoiar e incentivar o movimento pró feminino e existem homens que se consideram feministas, só não precisam protagoniza-la por ser um espaço próprio  de destaque das mulheres. Concordo que os homens  realmente têm mais privilégios que nós, algo criado pela cultura e pela sociedade,  mas aceito aqueles que estejam dispostos a desconstruir seu machismo e tenham algo de positivo a nos acrescentar, reconhecendo nosso valor.  Quero lembrar também que feminismo luta para termos direitos IGUAIS entre os gêneros, para que as mulheres possam ocupar os mesmos postos que os homens e ter salários na mesma proporção que eles, ter direitos básicos à proteção de sua saúde e não precisar ser presas a certas condutas que a sociedade impõe,  e não pela superioridade como prega o  FEMISMO, e muitas confundem os dois termos!  E ainda sobre o movimento negro, eu não vejo problema algum em ver brancos ouvindo black music ou usando dread e rastafári,  seguindo religiões afro-brasileiras, desde que estes não sejam hipócritas a ponto de se dizer adeptos da cultura negra, mas difamar e desmoralizá-los por trás, isso sim é errado!  Em suma: pessoas da militância, aprendam a separar as coisas para não fazerem acusações e generalizações injustas e distorcer e descaracterizar o movimento pela intransigência.  O mesmo vale para o feminismo.