domingo, 17 de dezembro de 2017

25. Terapia, será que ajuda?

Algumas pessoas bissexuais podem sentir a necessidade de procurar um profissional para tentar lidar com sua identidade, mas se  deparar  com situações desagradáveis, como psicólogos anti-  éticos que tentem "alterar" sua orientação, ou tentar te direcionar a uma suposta "escolha", o que seria uma forma de apagamento da bissexualidade, ou não reconhecimento da mesma, dando diagnósticos equivocados, como confundir bissexualidade com transtorno bipolar ou borderline. Se isto acontecer, procure outro profissional, ninguém pode tentar definir sua orientação sexual, a não ser você mesmo! O objetivo do terapeuta é te ajudar a se entender e se aceitar como bi, encontrar sua essência, e não tirá-la. Se realmente achar que precisa e de acompanhamento, não fique achando que não há solução e bons profissionais, se não tiver como pesquisar em convênios por ser escassos (muitos  estão dando ênfase ao atendimento particular), procure por serviços gratuitos em universidades como o Mackenzie,  na Consolação.   Se achar que está difícil, procure um grupo de ajuda no face, em grupos sérios e pessoas que tenham as mesmas vivências ou pelo menos parecidas às suas, certamente você se sentirá acolhido e empoderado. Espero que este blog seja uma fonte de ajuda, poderemos formar um grupo de apoio e até mesmo fazer encontros para dividir as nossas experiências se assim desejarem. Basta postar nos comentários ou me enviar um email no menu "Contatos".

terça-feira, 26 de setembro de 2017

24. "Ex-lésbica": uma lésbica se descobrindo bissexual

Você já deve ter se deparado com uma menina afirmando: "nunca tive desejo por homens, mas me peguei sentindo vontade de beijar meu colega. Será que isso é passageiro? Só achei ele fofo e atencioso e confundi as coisas?"  É frequentemente comum observar que MUITAS meninas que se consideravam lésbicas acabem percebendo que possivelmente tenham uma atração que vai um pouco mais além do  desejo habitual por mulheres. Elas começam dizendo que é uma exceção, que são 100¢ lésbicas. Às  vezes ficam com um cara quando estão bêbadas, ficam "confusas", depois dizem que a aquilo não  vai se repetir..., mas  quando menos se espera, lá estão elas ficando com meninos DE NOVO! E qual  é  o problema nisso? Bem, para mim, nenhum. Mas pq será que  isso  acontece tanto, especialmente entre mulheres? Existem duas hipóteses: 1) ela não tinha conhecimento de sua bissexualidade, 2) ou não a aceitava bem pro alguns motivos e achou mais fácil se assumir como lésbica. Bem, também particularmente não vejo  motivos pra que uma bi prefira se definir como lésbica se caso prefira mulheres, mas a questão é: pq algumas se sentem OBRIGADAS a se esconder nesse rótulo? Talvez medo de perder as amigas que seriam realmente lésbicas, medo de não ter paz em um relacionamento com uma....
 Mas e quando elas SE DESCOBREM?Os diagnósticos e julgamentos SEMPRE são severos. São acusadas de ter "mentido" pras amigas. Meninas, isso é perfeitamente normal, não significa que elas tenham mentido, podem ter se sentido pressionadas apenas ou precisavam de tempo para se aceitar. Se você se credita como lésbica, mas depois descobrir que é bissexual, tá tudo bem, não há nada de errado contigo, erradas estão as pessoas de ficar classificando como mentira, ao invés de cuidarem de suas vidas, e se  esquecem que  poderiam ser ELAS a passarem por isso.

Se você tem alguma história assim para contar, passou ou passa por isso, conte pra gente. Ficarei feliz em ouvi-las nos comentários. Se quiser pedir conselhos em privado, mande-me um email: danylively@gmail.com ou dany.biyourself@gmail.com, email oficial do blog. Beijos e até a próxima postagem ;) . 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

23. Relacionamento abusivo: será que você está vivendo um?

Muito bem, esse assunto está  ficando cada vez  mais  comum, tem vários videos no youtube sobre isso, talvez eu poste os links dos principais que me chamaram mais atenção. Mas o  que é um relacionamento abusivo? Para ajudar vocês a identificarem um, eu dou duas palavras chaves: controle e rebaixamento do outro.   Geralmente são pessoas que já sofreram abusos em outras relações e pra não sofrer o mesmo, usam de controle, não lidam bem com frustração e precisam sempre estar por cima,  ou por possuírem excessiva insegurança, então se nutrem do que resta de auto estima do outro, ou de quem tem pouca pra "sobreviver", ou seja, se sobressair em detrimento do bem-estar do próximo. Relacionamento abusivo  não acontece somente em namoros, embora as  pessoas só se atenham a isso, pode ocorrer também no trabalho, família e até mesmo amizades. Muita gente se queixa disso anos depois da relação ter sido estabelecida.  Vamos ver alguns exemplos.


No trabalho: isso é chamado de assédio moral. O patrão SEMPRE tem um defeito pra por no funcionário. Por mais que ele se esforce, ele critica tudo que o empregado faz,  humilha ele diante dos outros, o que piora muito seu desempenho,  pois o desestrutura emocionalmente, deixando-o deprimido e sem vontade de continuar no emprego. Geralmente o  objetivo é fazer com que peça demissão.


No namoro:  tudo da pessoa é melhor. Imagine alguém que achava que não tinha sorte no amor, depois te manipula até pra te fazer dar chance, com chantagem emocional, depois de repente se vangloria de suas "conquistas", o  time dela/dele é melhor que o  seu, se o  seu ganha, não te cumprimenta e muda de assunto, se o  dela/e ganha, tira sarro de você, e nos termos de bissexualidade, critica e tenta desvalorizar sua sexualidade em prol da dela/dele.  Vejamos separadamente com os  dois gêneros:



Com homens - o cara critica sua forma de se vestir,  dá uma de falso conservador, te trata como se fosse propriedade dele. Te trai, se você desconfia, você é a louca, complexada, tem insegurança e baixa auto-estima, e quando você  procura outras pessoas, faz um escarcéu, porque você está dando mais atenção pras outras do que pra ele. Além de só te procurar pro sexo, mas pro lado intelectual, pouco te valoriza.


Com mulheres (lésbicas) - basicamente ela fica criticando a bissexualidade, dizendo que não existe, que se souber que a namorada é bi, vai terminar, se você tiver amigos  homens implica, acha que você está tendo um caso com ele, acha ruim de você comentar de ex namorada  ou ex crush, te acusa de tá de bibibi com a fulana, mas ela, nossa...ela pode falar à vontade das ex, das frustrações  com a última ex,do amigo homem, mas você não.


Na família: pai e mãe machista, que nunca deixa sair de casa ou não pode sem dizer horário, com quem você vai, mãe que fica ligando toda hora pra saber se você  já vai voltar pra casa, implicância por causa de diferentes crenças ou sexualidade,  tentativa de imposição de crenças, tirar os bens do filho ou filha se ele não "virar" hétero e  pressão psicológica sobre supostas punições divinas.



Na amizade: quase as mesmas coisas do namoro, com a diferença de que não rola beijo na boca
(mas pode ter rolado).  É mais frequente quando você gosta da pessoa no sentido afetivo e ela não. A pessoa parece  não gostar da ideia de você desejá-la, mas quer que você sempre a procure, mas nem sempre ela te procura, com a desculpa de falta de tempo e dinheiro. Eu acho que quando se sabe conciliar, se ajeita as coisas. É quando se está num plano de eu posso, mas você não pode.   Quer que você ouça os conselhos dela,  se arrisque a fazer coisas que não quer, mas ela não pode, porque pra ela é sempre mais complicado e ela foge de problemas, mas quer que você saia da sua zona de conforto...menos ela.  Você chama pra sair, diz que não tem dinheiro, mas ela sai com quem tem. E quando você diz que não vai mais chamar pra sair, ela inventa que não vai te fazer tal favor por causa disso. Quando você  pede algo a ela, é um sacrifício fazer e age como se você tivesse pedindo pra que desista da vida dela pra focar na sua, e você sabe  que não é verdade. Tudo que você fala é alvo de críticas e mal entendidos e vira briga. Até pra te consolar, consegue te fazer se sentir mal e desconsidera algumas das suas dificuldades, como se só dependesse de você evitar algumas coisas que não depende apenas de ti.  Bom, aí é uma situação que você precisa conversar com ela, ou assim fica muito complicado manter uma conexão.



Um relacionamento abusivo pode ser muito desgastante  pra pessoa. Vejo a maior incidência disso com mulheres em relacionamentos com homens, embora deva haver mulheres que façam joguinhos também com homens.   Vou por as principais características em tópicos:



- São egoístas e falta empatia com seus problemas, mas os deles devem ser levados em conta;
- Implicam com seu jeito de ser e só criticam pra ficar por cima de você;
- Fingem que estão afim, mas quando você tenta, te humilham;
- Geralmente fazem joguinhos (chantagem emocional), coisas do tipo: "se você  não fizer tal coisa no sexo comigo é porque  não me ama" ou numa opinião que te ofendeu, se fazem de ofendidos pra diminuir a culpa e dizem "você TEM QUE me aceitar com esse pensamento", mas eles não te aceitam com a  SUA  forma de pensar, e dizem que você está errada;
- Querem tudo nos termos deles, quase nunca um meio termo entre você e ele/ela ;
- Tentam te persuadir a acreditar neles, mas nunca levam em conta suas opiniões sobre si mesmo ou sobre eles, não dão espaço pra uma discussão de igual pra igual;
- Acham que sabem mais sobre sua vida do que você mesmo;
- Parecem ter inveja de alguma vantagem sua e tentam te diminuir por isso;
- Te culpam por tudo;
- Tudo deles é melhor, eles sempre sabem se conduzir mais do que você nos problemas, sempre sabem mais sobre a sexualidade alheia, sempre são os mais esclarecidos;
- Nunca pedem desculpas quando estão errados e falam que você nunca admite seus erros.


Existem dois tipos de abuso, o consciente e o  inconsciente. às vezes nem é intenção da pessoa, ela gosta de você, mas sempre quer que as coisas fluam mais pro lado dela e isso é chato e desgastante.  A única maneira no caso da amizade é dar um tempo pra ver como você se sente longe dessa pessoa pra ter uma clareza.SE caso ela não tenha feito isso intencionalmente e gostar de você e for REALMENTE  sua amiga , a pessoa vai maneirar se desculpar e tentar ser uma pessoa melhor. Se for diagnosticada a falsidade consciente, caia fora, sem mais. Entre meninas hétero tem muito disso, roubar namorado da outra, contar vantagem, falar mal da outra pelas costas, na frente, eu vivi algumas dessas coisas. Em namoro, trabalho, o  melhor é sair de vez. No começo é difícil pq em namoro você está apegada e com medo da solidão, mas a pessoa se beneficia disso. Na família,  se você for menor, o  jeito é não dar bandeira pra evitar atritos. Quando for maior e tiver condições  financeiras de sair de casa, ou se tiver um amigo ou amiga de confiança pra dividir casa, faça isso sem pestanejar.


Aqui estão alguns dos videos que gostei sobre o  assunto:









sábado, 14 de janeiro de 2017

22.Indícios de bifobia internalizada

Aqui estão algumas frases que as pessoas costumam dizer para  ocultar sua bissexualidade, conscientemente ou não:


Quando perguntadas sobre sua orientação, as respostas costumam ser...


1- Prefiro não me rotular: isso denotaria um certo medo de se dizer lésbica ou hetero, e de repente "mudar" de opção, porque há momentos em que queremos mais um do que o  outro, ou até mesmo ambos.

2- Eu gosto de pessoas: não gostam de dar o nome correto  para essa orientação.


3- Não é necessário se definir: mais uma vez, o  medo da "mudança" ou alternância do desejo entre um e outro.

4 - Eu sou monogâmico, não saio com ambos: fomos ensinados que bissexuais são promíscuos e não se envolvem, que não se apegam ou não levam ninguém a sério ou querem todos ao mesmo tempo.  Para  se livrar desse estigma, muitos bissexuais precisam dizer que são "certinhos" e só se relacionam com apenas um. Na verdade isso é relativo, tem aqueles não   monogâmicos que só conseguem se relacionar com um de cada, mas não é uma via de regra, não deve ser uma obrigação por medo do rótulo de volúvel e promiscuidade.

5- Preciso saber qual e minha "verdadeira" sexualidade: a pessoa se sentiria obrigada a ter uma preferência, devido à ideia de indecisão e ser confuso e viver "em cima do muro".

6- Não sei o  que eu sou: a mesma coisa da frase acima. Ninguém precisa escolher lado nenhum a menos que queira e se sinta melhor.

7- Eu me interessei pelo fulano que se identificava como "lésbico" ou gay pra não ficar viciada em sexo com homem: foi uma fala da personagem Alice Piesezcki ao tentar justificar seu namoro com o Lisa, homem heterossexual que se identificava como "lésbico". Quer dizer, se apago minha vontade de ter sexo com homens, então posso ser lésbica.



Como trabalhar isso tudo, caso esteja te incomodando? Empoderamento e convivência com outros bissexuais, com o  tempo isso poderá mudar, certamente vai.

Vou fazer um tópico só com frases de bifobia de supostos monossexuais.