segunda-feira, 15 de outubro de 2018

35. A superficialidade atual dos relacionamentos

Você já deve ter percebido várias pessoas usando frases do tipo "a fila anda", "enquanto não aparece a certa, me divirto com as erradas", "solteira sim, sozinha nunca", "eu pego, mas não me apego".  O que tudo isso reflete? Uma sociedade fugindo de relacionamentos a longo prazo.

Pessoas que têm uma visão mais romântica da vida e das relações estão sentindo mais esse peso, e o peso passa a ser ainda maior quando essa pessoa nunca pôde desfrutar de um relacionamento sólido e saudável, ou porque nunca teve a oportunidade de se unir a alguém ou porque até teve, mas fora uma relação  tóxica, abusiva. Não é difícil pensar nos motivos que levam alguém a desistir do modelo de relacionamento que muitos dizem que esperam,  mas  depois fogem dele. 


- Independência: algumas pessoas tem medo de perder a liberdade ou ficar em função de alguém. Há o medo de cobranças e ter que dar satisfações também;

- Medo de novas decepções: ao contrário do que muitos pensam, sucessivas frustrações não promovem amadurecimento, mas um endurecimento das emoções. Há quem tente ignorar seus próprios sentimentos e necessidades, mas o medo de se envolver  novamente   e quebrar a cara as vezes é tanto que há um esfriamento real dos sentimentos e da capacidade de se apaixonar..

- Modinha: querer pagar de  desapegado, só porque prega-se isso, mas no fundo sucumbi a uma relação, mesmo que não seja com a pessoa desejada.


- Inversão de valores: o mundo moderno e agitado obriga as pessoas a priorizarem estudos e  o lado profissional, deixando de lado as relações:  os conjugais (e até mesmo as amizades de longa data);

- Demisexualidade/falta de afinidades:  há pessoas que só conseguem se envolver amorosamente se já tiver um bom convívio, e para amizades só quer pessoas mais próximas, conhecidas em ambientes físicos;

- Segurança/falta de confiança: o medo de confiar sua vida a alguém que diz ser uma cosia e depois se descobre ser outra também bloqueia.


- Apego a um tipo de preferência: há pessoas que não  conseguem diversificar suas preferências e acreditam que certos tipos de pessoas não são aptos pra se relacionar. O medo de dar chance pra pessoa erradas (caso isso já tenha sido feito) e da história  e repetir também contribuem para essa defensiva que se transforma em auto preservação.  Ao menor sinal de isso acontecer, mesmo que haja entusiasmo, a pessoa recua e desiste  de tentar.


O problema  é que deixamos de dar chance a nós mesmo e de certas pessoas que ficam excluídas porque acabam almejando algo que a maioria não quer. Eu por exemplo não consigo deixar um homem se  aproximar apenas pra sexo, tem que ter alguma amizade. Com mulheres também, mas até consigo me envolver sexualmente sem afeto, apesar de não ser essa minha preferência. Mas o que quero dizer aqui é que as pessoas estão mais fechadas, mais intolerantes individualistas, preocupadas apenas com seu mundinho e invólucro e não deixam outras pessoas entrar. Essas mesmas pessoas acusam as pessoas que elas mesmas excluem de não dar chances a ninguém, quando sabem que isso não é verdade. No face poucas pessoas se identificam quando querem adicionar  alguém,  e isso faz com que pessoas legais nem tenham chance de ser adicionadas. Precisamos saber diferenciar pessoas bacanas de pessoas sanguessugas que só querem usar alguém pra   se auto afirmar. Mas como podemos  fazer isso? Dando uma chance, conhecendo um pouco da pessoa. Se realmente perceber que não te fará bem, exclua, mas não sem antes de uma  conversa. Arriscar as vezes é preciso. Tem gente que acha que é melhor não se envolver do que sofrer outra vez, mas essa pessoa morre de vontade  e de esperança em viver algo lindo, então porque o medo?


Enquanto as relações forem líquidas, as emoções vão sumindo e os relacionamentos perdem o significado e o molde tradicional de cumplicidade e poder demonstrar os sentimentos, essa é a real essência de uma relação,mas está se perdendo para as relações rápidas e vazias. O medo exagerado  do apego,  a preocupação doentia  em ter sempre o  controle da relação e a crença de que sentimento te torna frágil e vulnerável te afasta de uma relação realmente saudável,  verdadeira e intensa. Com isso se perde o poder da empatia pelas pessoas e por si mesmo. Não podemos deixar isso acontecer.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

34.Por que mesmo sendo bi, eu prefiro me considerar lésbica?

Para algumas mulheres, se entitular lésbica é uma questão política e de resistência. Para mim é uma questão de resistência no sentido de não me sentir obrigada a me enquadrar na orientação bi quando quero me relacionar predominantemente com mulheres. E também  confesso  que ainda é difícil pra mim lidar com algumas questões, como a bifobia externa e internalizada, mas devido a experiências não muito agradáveis que eu chamo de malfadadas. Geralmente digo que sou uma bi homoafetiva ou lesbocentrada, porque é assim que me sinto. Embora eu ainda tenha alguma atração por homens, já não é o mesmo entusiasmo de uns 20 anos atrás. Em 2012,  quando ainda havia o orkut, li uma frase sobre uma garota bi que passou a se relacionar com mulheres: "É muito mais trabalhoso sustentar um relacionamento hetero". Concordo, existe a cobrança por um casamento tradicional, com um homem perfeito, e muita  vezes não pé isso que acontece.  As relações estão mais líquidas, os homens estão ainda mais superficiais, mais  ávidos por sexo e relações rápidas, justamente por serem isentas  de cobrança de uma postura de mais responsabilidade, e o casamento e a paternidade exigem isso. Poer isso vejo que  muitos não estão prontos para assumir esse posto, querem sempre o caminho mais curto, mais fácil. A mulher  parece que já nasceu com aquele senso de família e instinto materno, unindo dois espécimes predispostos a isso,  o resultado não poderia ser melhor, pois os ideais batem! Não estou aqui dizendo que não haja conflitos numa relação conjugal entre duas mulheres, porque há, mas digo que pelo menos nos requisitos principais, há maiores chances de entendimento e a constituição consensual de uma família, sem fugas. Mulher sempre foi mais predisposta ao diálogo numa relação, por outro lado vejo falhas na comunicação entre homens e mulheres, porque pensam diferente, as expectativas são diferentes. Homem quando perde o interesse na relação se acomoda, e não abre espaço para o diálogo, assim uma relação truncada, não   há entendimento. Quando prefiro me considerar lésbica, é porque busco alguém que se adeque melhor aos meus anseios, pois sinto que tenho mais  facilidade para me envolver. Mas sendo bi, se algum dia a "relação hetero" se mostrar acessível e equilibrada, posso me sentir a vontade com no máximo o título de bissexual. Mesmo assim, creio que ainda me sinta mais  a vontade no universo do relacionamento lésbico, mesmo sendo bi, e muitas também se sentem pelas mesmas razões que apresentei. Esse foi um desabafo pessoal.

33.Monogamia, poligamia e poliamor


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Num conceito muito rápido, monogamia é alguém que só consegue viver num relacionamento  individual, com uma pessoa, relacionamento fechado. Poligamia ou não monogamia é alguém aberto a ter um relacionamento com mais de uma pessoa. O amor livre é como um relacionamento aberto, onde as pessoas tem liberdade para ficar com outras fora da relação, mas com o consentimento da pessoa principal. A diferença do relacionamento aberto  para o poliamor é que no poliamor você pode ter dois parceiros/as, uma parceira e um parceiro fixos numa relação estável, enquanto no aberto, são relações mais sexuais ou passageiras/efêmeras, mas não duradouras, onde apenas o casal é o centro da relação estável. Parece confuso, mas acho que deu pra entender, né?!


Mas Dany, o que isso tem a ver com ser  bissexual? 

Muitas pessoas monogâmicas têm preconceito com esse tipo de relação mais aberta e considera traição ou "falta de amor", pois estão atreladas à ideia heteronormativa de "ser fiel à uma só pessoa". O casamento, principalmente o religioso, incutiu muito disso na nossa mente. Mas hoje em dia vemos que AMAR vai além disso. Há muitas pessoas que mesmo  aparentemente  felizes  em uma relação mono estável, sentem sim a falta de outra pessoa re podem se apaixonar por ela ou ele. Isso pode ser um problema na relação? Bem, se a contraparte não estiver aberta a relações não mono, aí pode sim. Vale ter uma boa conversa franca sobre esse desejo.

 O que precisamos entender é que, só se pode ser considerado traição se ocorrer sem o consentimento do parceiro/a. Caso a relação aberta ou poliamorosa seja minimamente consensual, não há traição, ponto. O que pode acontecer é que uma pessoa acostumada a  um relacionamento fechado pode ficar confusa e querer cair fora. Mas respondendo sobre a relação da bissexualdiade com tudo isso, é que muitos bi são mais aderentes a este tipo de relação, enquanto pessoas não "monodissidentes" podem achar isso estranho e ter a ideia errônea de que "o bi tem mais propensão a trair". Já o fato de ter atração por dois (ou mais)  gêneros já intriga, imagine querer se relacionar com ambos simultaneamente! Eu sempre fui monogâmica, mas não descartaria uma relação poliamorosa, desde que eu tivesse afinidade com o casal ou as pessoas envolvidas.

Segue alguns videos sobre o assunto:









Você já viveu ou viveria uma relação assim? Conte nos comentários.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Série filmes bi: "Prazer a três (kiss me again)" (2006)

Essa será a primeira postagem sobre filmes bissexuais. Quero falar um pouquinho sobre ele antes de postar o link. Normalmente se vê um estereótipo em relações bissexuais abertas, onde existe um homem e duas mulheres, a maioria dos filmes é assim, ou mostra a mulher tendo um desinteresse no homem, devido as particularidades que um relacionamento com outra mulher oferece.   Para quem já deseja saber um pouco antes de ver, essa é a base do enredo, um casal que se vê caindo na velha  rotina  do casamento e um acontecimento mudará essa rotina como se fosse uma nova possibilidade,  e a personagem Chalice se vê num dilema de como  manter sua relação de longa data,entrando em confronto com um antigo desejo, dividida entre ele e o sentimento de traição.


Deixem aí nos comentários o que acham desse filme.
Destaque para a música "Coming Home do Blow Up Hollywood nos créditos finais, ficou  na minha mente por dias...





sexta-feira, 5 de outubro de 2018

{Off topic] Ausência do blog

Sei que não precisaria dar essa satisfação, mas dei um tempo com o blog, por motivos pessoais. Estou procurando emprego e também conhecer pessoas novas, mas isso não esta sendo possível. Vi que alguns tópicos tiveram comentários, mas a maioria somente visualizações. Pretendo fazer um canal no youtube, mas vou ter que bloquear comentários pra não sofrer ataques virtuais, o que é muito comum entre youtubers, pelo menos até conseguir um púbico mais fixo e fiel. Quero continuar  criar conteúdos por aqui, ainda tenho 13 rascunhos, mas falta inspiração.  Já vi muita gente deixar r temporariamente ou pra  sempre  a militância por estar prejudicando psicologicamente. Pra ter motivação preciso  saber que meu conteúdo é motivação para outros, ou não terá sentido. Quando a inspiração voltar, eu retorno.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

32.Padrões de beleza, benefício ou transtorno?


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Quero advertir que as opiniões aqui emitidas foram baseada em experiências próprias  e observadas. Ninguém é obrigado a concordar com absolutamente nada dito aqui. Também é um fenômeno que atinge mais as mulheres que provavelmente terão m,ais curiosidade nesse tópico.


Muitas mulheres querem se sentir desejadas e vivem se comparando às youtubers que recebem  centenas de likes e comentários com elogios todos os dias. Isso pode vir a incomodar aquelas garotas menor ou nunca requisitadas e causar sensação de insatisfação com a própria aparência por não ter a mesma visibilidade. Mas até que ponto a beleza ajuda ou  atrapalha? Será que todas essas beldades são sempre felizes? 

Não estou dizendo que não precisamos nos cuidar, estou dizendo que não precisamos ficar neuróticas sobre nossa aparência, isso não nos faz nenhum bem. Ficar se comparando com as outras mulheres pode nos levar à depressão. Vou separar aqui os prós e contras de cada lado:


 Oportunidades


 de fato uma  beleza padrão atrai olhares e boas oportunidades de ficadas e também no lado profissional. Mas há o perigo de a pessoa achar que não precisa ser boa em mais nada, se acomodar e ficar  arrogante, esperando tudo cair do céu. Por outro lado, as menos o não requisitadas sentem que precisam se esforçar  mais para serem notadas e por vezes sentem que tudo foi em vão, pois as pessoas não dão chance de que se mostre o potencial, ó por não gostar do que vê. O lado ruim da beleza é ser também explorada sexualmente, sofrer mais assédio, e não as impede de entrar em uma relação abusiva ou violenta. Ainda tenho calafrios ao ver quantos assassinatos são cometidos com mulheres que eram lindas e isso revolta também. A Princesa Diana é um exemplo de relacionamento abusivo. Em geral, se o cara só a procurou pela beleza, ao enjoar caso não  se apegue, vai vê-la apenas como mais uma de suas conquistas e se afastar devido a perda de interesse, ao passo que a  fora dos padrões será a segunda ou última opção e ainda  mais maltratada. 




Por que a beleza nos chama tanto atenção?



Sempre o belo nos atraiu, nos dá ideia de bom conteúdo, de beleza interna, de auto confiança, amor próprio, de pessoa bem resolvida. Eu descarto tudo isso, um pouco contraditório, ao examinar a quantidade de mulheres LINDAS sofrendo de anorexia, bulimia, depressão. Se ser bonita é tão bom e gratificante, então  por que elas sofrem tanto com esses problemas, quase tanto com as fora dos padrões ou consideradas feias?  Muita pressão e muita cobrança pode estar caindo sobre elas, que podem não querer ser vistas apenas como um rosto bonito ou se sentirem exploradas sexualmente e isso as deprime, ser o que o público quer que elas sejam para garantir seu sucesso, esquecendo-se  das próprias necessidades pessoais. Ninguém imagina que  por trás de um rostinho bonito possa existir dor, por outro lado, pode existir uma mente maquiavélica. Tudo é muito confuso, mas  geralmente nos  apaixonamos pela beleza que vemos porque inexplicavelmente nos identificamos com outras coisas internas que só o inconsciente seria capaz de explicar. Mas também nos apaixonamos  por aquilo que queríamos ser ou ter. O que não é belo não chama atenção, logo se torna aquilo que não queremos  ser ou ver em nós mesmos e por isso rejeitamos, além de ser visto como desleixo. Só precisamos tomar cuidado para não generalizar demais. É complicado pedir que s dê chances a quem pé menos requisitado, pois essa pessoa pode sr alguém já cansado de sofrer e se unir a alguém apenas por vingança. Acho que o excesso de ambos os  casos pode trazer muito mais transtorno do que prazer, e se tornar a beleza atingível pode ter um preço nada agradável. Devemos refletir sobre o que somos, mas não exigir demais de si, ser apenas quem conseguimos ser, dá bem menos trabalho.   


Esse texto foi mais  uma reflexão. Se você se encaixa num desses estereótipos, comente aqui. 

31. Quando posso me considerar bissexual?

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Essa é uma análise rápida para essa pergunta. Muita gente fica na dúvida sobre quando poderia se considerar bissexual em decorrência de pré julgamentos de (des) validação: "mas você nunca ficou com uma mulher/ homem pra se considerar bi", "mas você é casada com homem, é hétero!", "ok, mas de qual você gosta mais? Se gosta mais de mulher você então é lésbica e não bi", "para se considerar bi, você precisa gostar dos dois igual/ter ficado com ambos""Mas eu nunca me apaixonei por uma mulher, só senti desejo sexual", "Ih! Aquela ali só fica com mulher nas boates, é bi de  balada!"  .  Diante dessas afirmações, tente guardar o seguinte na sua cabecinha:


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 - Guess what? Você não precisa gostar dos dois 50% para se considerar bissexual! Isso mesmo! Basta você sentir dentro de você que ambos te atraem, independente da proporção. 

- Nunca se apaixonou por uma mulher/ homem? News flash: não precisa ter se apaixonado pra se sentir bi, da mesma forma que se tiver se apaixonado, mas não realizado o desejo e ficar,  o seu sentimento também não deve ser invalidado. Cada pessoa tem seu tempo, e quanto mais contato você tiver com pessoas que possam te atrair, maiores as  chances de se apaixonar, não se desespere. Deixe fluir. 


- De onde veio essa de "bi de balada"? Puro pré-julgamento, vulgo preconceito! Quem diz isso  certamente sequer te conhece! Às vezes você não teve oportunidade para conhece uma mulher e poder ficar com ela, então fará isso assim que lhe for oportuno. Isso  vale para sexo casual  também. Se gostou e se sentiu como naquele iogurte Vigor Grego "quando acaba a gente quer de novo!", ponto pra você!


Bem, espero ter esclarecido algumas coisas e te deixa um pouco  mais tranquilo/a.   Somente você pode sentir com ou sem experiências se é bi ou não, apenas respeite seu tempo e tente não dar ouvidos a essas bobagens.