Muito se fala na culpabilização das vítimas de estupro
(que são muitas, e as vezes até homens). São comentários do tipo: “ah, mas você
facilitou, pois estava andando sozinha na
rua naquela hora da noite”, “estava de roupas curtas perto do agressor” (que no
caso poderia ser até um parente) e a maioria desses críticas soa direcionadas às
mulheres, mas ninguém para pra pensar como tudo aconteceu e se ela tinha condições
de se defender. A maioria dos estupradores arrasta a vítima
para um local de difícil acesso de outras pessoas e exerce um poder de intimidação verbal, onde sua força física consiga contê-la a ponto
de não poder se defender. Ele sente prazer com o domínio de uma pessoa fragilizada.
Muitas mulheres por medo ou vergonhas se calam, evitam falar sobre o assunto ou até mesmo fazer uma denúncia,
temendo retaliação.
O mesmo acontece
em relações abusivas. A primeira coisa que fazemos é apontar dedos em acusar a pessoa de estar naquela relação sem fazer algo a respeito. Mas
já perguntou os motivos? Eles são muitos: financeiro (o abusador ajuda a pagar
as contas), os filhos do casal, não ter para onde ir, medo de não encontrar alguém
ou até mesmo encontrar alguém pior, entoa não cabe as pessoas julgarem, mas
oferecerem apoio emocional. Lembre-se de que a medida protetiva não é garantia
para que o agressor não volte a fazer ameaças ou agressões à vítima.
E essas acusações não acontecem somente nesses
aspectos que mencionei acima. Se você chegou a uma certa idade com pouca
experiencia em relacionamentos ou virgem, nossa! Você fez algo errado! Será que
as pessoas não entendem que há circunstâncias que fogem ao nosso controle e nem
tudo tem que ser de responsabilidade EXCLUSIVA do indivíduo? Eu percebo uma
tremenda falta de empatia nesses casos,
mesmo de quem já viveu situações difíceis de serem resolvidas. Toda vez somos
incentivados a resolver ou “deixar rolar”, mas tudo isso tem um preço psicológico
muito alto. É como se a pessoa que quer “aconselhar” achasse que sabe mais da
vida e n das necessidades do individuo do que ele mesmo. E uma notícia: por
mais que tenhamos 50% de responsabilidade
nas escolhas ou controle sobre as circunstâncias, esses 50% não são o
suficiente. Os outros 50% envolvem o acaso e a predisposição de outras pessoas
para fazer algo dar certo. Entoa por exemplo, não adianta eu querer MUITO uma pessoa, mas ela gosta de
outra e não sou o tipo dela. Entenda: não
há como mudar a mente das pessoas, isso não
está no nosso controle. O resultado disso,
é uma auto cobrança muito forte e a frustração será mais intensa, caso a pessoa
não consiga seu desejo, e o pior, virá acompanhado do sentimento de incompetência.
Me parece que é isso que as pessoas que acossam querem, que aa pessoa se sinta
feliz e incapaz. O que tenho pra dizer para resumir essas situações: A CULPA NÃO
É SUIA! A responsabilidade não tem que ser
toda sua de fazer as coisas acontecerem, principalmente quando não depende APENAS da sua vontade! Você não tem
essa obrigação, porque não existe magia que faça alguém se apaixonar por você. Sobre o estupro e abusos no relacionamento, a culpa e responsabilidade
são apenas do agressor, pois ele tinha a escolha de não fazê-lo, mas fez por
maldade e abusou de você por uma insegurança que ele se recusa a lidar e
trabalhar com ela. Procure ajuda de
amigos verdadeiros, nunca guarde para si. E se eles mesmos começarem com esses comentários acusadores, não
hesite em dar esse alarme e não sinta vergonha em dizer que não está ajudando. Amigos devem compreender e não julgar ou tentar te moldar a ser como eles.
Vou deixar um link sobre o assunto em relação ao estupro. Sugiro que, ao invés de dizer que "é da natureza do homem ser violento" e "se as mulheres se 'comportassem bem', não haveriam tantos estupros", o que são frases comodistas, questione o seguinte: "se a educação dos homens não fossem moldadas no MACHISMO e hegemonia masculina compulsória, será que haveriam tantos estupros e relacionamentos abusivos?"
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