Como já vimos em um outro tópico (ver Monogamia, poligamia e poliamor), monogamia
se refere à pessoa ou um grupo de pessoas que prefere ter apenas um relacionamento
conjugal, sem a interferência de outros parceiros. Esse tipo e amor é cultivado
e influenciado por uma série de fatores que vai desde criação a crenças
religiosas. Mas em tempos onde as pessoas não conseguem ficar presas apenas à
uma pessoa e se descobrem apaixonadas ou amando mais de uma pessoa (não necessariamente
alguém bi), como fica? E por que as traições acontecem? Seria apenas por causa
da rotina, por enjoamento do parceiro/a ou porque há pessoas que não conseguem
gostar apenas de uma pessoa? E o que eu tenho
observado também, é que quando aparentemente escolhemos alguém “para a vida
inteira” , escuto muito as frases: “fulano/a é meu/minha e de mais ninguém”,
como se tivesse uma tag (etiqueta) impressa nessa pessoa, e por estar
comprometida, ela estivesse impedida de se interessar por outra pessoa. Isso pode acontecer, mas ninguém conta com
isso, porque não é a ideia, mas é uma eventualidade, as coisas mudam, os
sentimentos podem mudar também, inclusive o coração querer incluir mais de uma pessoa na relação. A questão é:
a noção de monogamia PRECISA estar ligada com a ideia de POSSE? Creio que
ninguém seja dono de ninguém, nem mesmo nossos pais são nossos donos. Temos liberdade
para escolher o que queremos, não? E quando falo de posse, me refiro a quando o
parceiro/a muitas vezes exige que a
namorada/o esposa/marido somente tenha olhos pra ele e quando sai, tem que ser
com eles e até mesmo o afastamento dos amigos. É claro que queremos a companhia
do nosso cônjuge, mas até que ponto esse sentimento já não é na verdade um
aprisionamento? E o amor livre, a poligamia
vem para quebrar isso, embora mesmo que no relacionamento aberto, o casal ainda
seja exclusivo, apesar de terem permissão de ficar com outras pessoas.
Na verdade,
a construção da monogamia se relaciona com o termo “fidelidade”; seria para garantir que o outro não vai te trair com
outra pessoa qualquer, para não haver libertinagem e desordem no relacionamento.
Mas a confiança e cumplicidade também podem acontecer em relações abertas, porém os falsos
moralistas distorcem isso e já tacham como perversão e promiscuidade. Essa última
está mais ligada ao sexo com vários parceiros sem proteção. E a monogamia é facilmente confundida e
distorcida como posse do outro. Quando a gente namora ou casa, queremos que
essa pessoa esteja sempre presente, mas isso é totalmente possível, sem que você
torne o seu parceiro/a um prisioneiro que só sai com você e mais ninguém. Ele ou
ela precisa ter amigos e seu espaço e momento com eles. E saiba que tentar tirar isso dele ou impedir que sai
sozinho não vai impedir que ele ou ela se interesse e até mesmo se apaixone por
mais alguém. Aí, se isso acontecer, cabe a como cada um nesse casal vai lidar
com isso. Cabe a pessoa que se interessou por outra ser sincera e dizer se quer
tentar abrir o relacionamento, desde que como
consentimento do outro, ou se quer terminar para viver essa nova
relação, caso haja reciprocidade. Acredito que se houvesse essa conversa
franca, evitaria muitos problemas, inclusive nos relacionamentos principalmente
com homens, que têm a tendência de querer uma titular e uma reserva. E hoje em
dia, as casas de swings estão lotadas de casais onde o próprio marido adora ver
a esposa com outro! Creio também que essa nova modalidade seja uma forma de
deixar o outro livre para ficar com quem quiser, sem se sentir traído, pois
terá a sua “benção”. Da mesma maneira, a quem é consentido esse privilégio, já não sentirá culpa, pois o parceiro está
ali, ciente de tudo e aceita.
A verdade é
que, alguns de nós não fomos feitos para sermos monógamos e tá tudo bem. Mas quem
ainda ´´e feliz apenas no modelo exclusividade que continue assim, sem
influenciar ninguém.
Outros link sobre o assunto:
https://www.geledes.org.br/o-tabu-da-monogamia/
https://hypescience.com/fomos-projetados-para-a-monogamia/
Eles não necessariamente refletem inteiramente a min há
opinião, eu concordo com algumas coisas.