A descoberta da sexualidade em si (todas
que estão fora da heterossexualidade) já é
um processo longo e árduo
de auto-conhecimento que é o começo do caminho para a auto aceitação, depois aceitação
externa , Imagine você,
descobrindo uma atração pelos dois gêneros! A bissexualidade pode causar um bocado de confusão
na mente de uma pessoa, que muitas vezes poderá pensar: será
que sou hétero
? Será
que sou gay/lésbica?
Será que posso ser tudo isso ao mesmo tempo?? Tudo isso porque automaticamente se cria uma
pressão
para que alguém se defina como um ser
monossexual, que só pode gostar de uma coisa ou de outra, sem meios
termos e sabemos que as coisas não
são
assim. Um exemplo: você gosta muito de rock, mas também gosta de sertanejo, não é por estar escutando rock num
determinado momento que você
vai deixar de gostar do sertanejo quando
ouvi-lo, porque simplesmente pinta a
vontade de buscar aquilo que se deseja, pois cada um reproduz uma sensação
diferente de satisfação. Com a bissexualidade é
mais ou menos assim.
O conceito de bissexualidade é: atração afetiva/ emocional e sexual tanto
pelo gênero feminino quanto o masculino, em
todas as suas particularidades. Partindo-se desse pressuposto, posso/
sou capaz de me envolver amorosamente tanto com homens quanto com mulheres e
ser feliz com ambos, desde que eu me sinta à vontade e realizada com tal
pessoa em todos os sentidos. Eu como
bissexual não vou me sentir atraída por todo homem ou toda mulher que aparecer, e eu
particularmente não me envolvo com qualquer pessoa.
Bom, a minha experiência de descoberta como
bissexual não foi tão simples assim, embora todos os fatos passados apontassem para
isso. Ainda hoje estou tentando lidar com o fato, e o blog poderá me ajudar
bastante nisso, ainda mais se aparecerem mais adeptos para compartilharmos nossas
vivências! No inicio da minha adolescência eu comecei me interessando
por meninos, me apaixonei por alguns, fiquei com poucos. Depois algumas coisas
aconteceram na minha vida, o que me fez descobrir um possível interesse por
meninas também. Eu confesso que já até cheguei a ter essa fase de sonhar com o
suposto “príncipe encantado” no passado, me casar, ter
filhos, um marido, mas com o tempo isso mudou um pouco e com minha descoberta,
os desejos passaram a ser outros. Ainda quero ter uma filha, mas não
no método tradicional, nem casando com um homem. No começo
era mais uma atração sexual, tesão físico, mas ainda não me imaginava beijando uma
garota, até que em 2001 ou 2002 veio um sonho onde eu beijava uma mulher, de
verdade, de língua mesmo! Ela era alta, magra, branca, cabelos curtos e
tingidos de vermelho, estava com um terno preto e nos beijamos atrás de um cemitério
(não
sou gótica, please!) eu pedia pra que ela matasse minha curiosidade, se não
me engano ela até perguntava:” você tem certeza?” sim, eu tinha! A sensação foi bem real, assim como se
beija um homem, mas diferente. Também comecei a escrever algumas estórias sobre
duas meninas/ mulheres apaixonadas, descobri filmes que gostei muito. Eu ainda não
era personagem, nem protagonista, apenas observadora, mas era gostoso imaginar
como seriam duas mulheres juntas, se tocando, se amando. A primeira vez que beijei um menino foi em março
de 97, eu ia fazer 15 anos e foi numa balada, a extinta Krypton Dance Planet. Com
menina foi no final de 2004, eu tinha 22, ela era uns 6 ou 7 anos mais nova (sou
mestra em atrair gente mais nova) no shopping Villa-Lobos, no banheiro do
Cinemark! Essa primeira experiência me abriu portas para outras porque me abriu a mente pra me
fazer perceber que eu podia e queria sim beijar outras meninas. Ainda em 2004
eu era apaixonada por um ex -amigo com quem cheguei a ficar em 2003, mas nossa
amizade não deu certo e seguimos rumos diferentes. Em 2006 eu me apaixonei pela primeira menina,
mas não
fui correspondida. Nos anos que se seguiram me apaixonei por mais 4, e uma
delas teve um impacto maior sobre mim, porque ela era diferente de todas as outras: não
era paulistana, e era uma das mais atraentes que já vi, mas sempre estava
acompanhada. Me apaixonei por ela em março de 2011, melhor época da minha vidaY! Até hoje me faz falta! Na época
ela me tratava super bem, sempre me chamava no MSN, o que me fez me encantar
cada vez mais por ela e aquele jeitinho amoroso que ela tinha! Cheguei a sair
de São
Paulo só pra ir conhecê-la. No ano seguinte, 2012, uma menina que eu conhecia
apenas de vista pediu pra ficar comigo, mas eu nem estava muito interessada. Com
o tempo fui me chegando a ela, cheguei a gostar um pouco, namoramos por três
meses, mas não deu certo. Hoje espero
por uma nova namorada pra tentar viver algo muito mais intenso do que fora com
a anterior. Atualmente eu gosto de um amigo meu, mas ele gosta de meninos,
embora já tenha ficado com meninas e como ele não Via problemas nisso e somos
amigos, eu pedi pra ficar com ele. Demorou, mas ele aceitou e foi muito bom! Enfim,
foi por todas essas experiências que eu percebi que pode ser gostoso beijar tanto meninas
como meninos; eu gosto de sentir o beijo do menino que me atrai, assim como
gosto de sentir o carinho de uma menina, sentir o corpo dela no meu, gosto de
tocá-la, de dar prazer à ela. Não
escondo isso de ninguém que gosto de beijar meninas/mulheres.
Gosto do jeito meigo delas, gosto do
corpo feminino, mas gosto também da beleza de alguns homens, principalmente do
bom humor.
Tudo isso dá satisfação
e sensação
de realização,
desde que você
goste da pessoa.
Agora eu quero ouvir/ler a experiência de vocês
que se consideram bi também. Vou adorar saber de cada historia compartilhada! Quem
quiser ter sua historia publicada, me manda pelo email dany.biyourself@gmail.com ou
simplesmente comentem aí embaixo, nos comentários.
Lembrem-se de que para se aceitar como bi, duas coisas são
importantes: busque empoderamento através de pessoas que sejam e sintam como você,
lendo bastante sobre o assunto, dessa forma você poderá levar pessoas que não
entendem ou não aceitam a bissexualidade a saber mais sobre ela, sobre você,
isso se a pessoa mantiver a mente aberta para tal. Boa sorte a todos vocês e
foco, sempre!!
Abraços.
